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06 de Março de 2023

Agro é pertencimento!

Agro é pertencimento!

A trajetória profissional do diretor-comercial agrícola da Copercana, Augusto Cesar Strini Paixão, se roteirizada para a produção de um filme, serviria perfeitamente para ilustrar a história do agronegócio brasileiro. Seu enredo é linear no sentido da superação de obstáculos, subindo degrau por degrau até chegar no patamar de hoje, que é o posto de locomotiva da economia de um país do tamanho do Brasil (no caso do agro), e a concretização do projeto de uma unidade industrial de processamento de amendoim referência para o segmento latino-americano, no comparativo com a carreira do executivo, produtor rural, cooperado, industrial, filho e pai, Augusto Cesar Strini Paixão.

Tudo tem início na Fazenda Santa Rosa, localizada em Sertãozinho, onde Augusto morou ao longo de sua infância e juventude em decorrência do seu avô ter falecido muito cedo e sua mãe ser a única mulher de uma família de nove irmãos, ficando para ela a responsabilidade de ajudar a mãe nas diversas tarefas de uma casa tão movimentada.

No caso de um filme, a primeira cena mostraria o contraste entre a dificuldade em se produzir cana na época (final da década de 60 e início de 70) quando o seu tio, Pedro Strini, administrador da propriedade, recebera a notícia que o burro, que puxava a carroça que levava a ponta de cana para o gado, havia sofrido um acidente, e a alegria do jovem Augusto quando o tio pede para ele pegar o trator e terminar o transporte.

“A carroça com a ponta de cana foi só o primeiro serviço, depois eu já arava, gradeava, fazia uma série de trabalhos da fazenda. Então todas as manhãs eu trabalhava na roça e à tarde ia para a escola, foi quando descobri meu gosto pelo campo”, lembra o protagonista.

Filho do funcionário público Esmeraldo Franco Paixão e da dona de casa e empreendedora (foi uma das mais conhecidas produtoras de goiabada caseira de sua época) Ignes Strini Paixão, ele e seu irmão mais velho, Antônio Claret, receberam todo o apoio para que conseguissem conquistar um diploma universitário, por influência do ambiente que viviam ou não, os dois escolheram a agronomia.

“Com certeza meu irmão é responsável por eu ter seguido a carreira de agrônomo, me recordo que quando eu era muito pequeno, ele estudava durante o dia e à noite ajudava os tios na lavoura, e embora ele ficasse contando histórias de fantasmas, o que me dava medo, mas sempre fazia questão de ir. Na minha imaginação, aquilo não era trabalho, mas uma grande aventura, assim eu aprendi a ver a agricultura como algo prazeroso”.

Lógico que sempre com muitas dificuldades, como nos primeiros anos do ensino básico, realizado na própria fazenda, onde a segunda e terceira séries eram ministradas na mesma sala, o que era suficiente para passar o conhecimento, mas não para encarar o rigor do ginásio da cidade.

“Quando fui para o ginásio tive muita dificuldade, foi quando minha mãe me colocou numa professora particular que de tão rigorosa eu não me esqueço dela até hoje, me lembro muito bem das tardes com pilhas de lição que ela passava na varanda de sua casa, na Rua Aprígio de Araújo, mas o esforço valeu a pena e eu consegui passar com as notas lá em cima”.

O início no amendoim

Uma sequência de cenas que não poderia faltar no filme é a primeira vez que Augusto plantou amendoim, isso porque ela é a cultura que o acompanha ao longo de toda sua vida, mas também pela maneira incrível que as coisas se sucederam.

A primeira cena seria uma conversa entre ele, seu irmão mais velho e o tio Admar Strini decidindo que iriam começar a plantar amendoim na Fazenda Santa Rosa; em seguida, de maneira rápida, foca na conversa com eles falando que para a empreitada era preciso de pelo menos uma plantadeira e um trator, na propriedade até tinha, mas a demanda das outras atividades já tomava todo o tempo da máquina.

Na terceira tomada aparece o pai dos irmãos Strini Paixão conversando com um amigo (Nelson Matheus Benelli) que doou uma plantadeira bem velha ea próxima cena são os meninos já trabalhando na fazenda para deixá-la pronta para o serviço.

A quarta cena tem início com o tio Admar chamando Augusto para ver um trator que ele soube que um amigo havia colocado à venda, eles entram na condução e seguem sentido Dumont até chegar na propriedade do Seu Pedro Guidi.

Em seguida são recebidos, o tio de forma mais calorosa por se tratar de um amigo produtor com idades próximas e que se conheciam das reuniões da cooperativa, enquanto que o jovem de modo um pouco mais seco.

No cenário se vê o pátio da fazenda com diversos tratores, sendo quase todos vermelhos, da marca Massey Ferguson, exceto um, fabricado pela CBT, quando se inicia a
conversa:

Admar Strini: - Então Seu Pedro, ficamos sabendo que você quer vender um de seus tratores.

Pedro Guidi: - Isso mesmo, é aquele CBT ali, comprei mas não deu certo no nosso jeito de trabalhar, vocês gostaram
dele?

Admar Strini (já com tom de decepção): - Nossa, mas ele está muito novo, achávamos que você queria vender um mais antigo, não temos condições para pagar o valor dele.

Pedro Guidi: - Eu perguntei se vocês gostaram do trator?

Augusto. Você gostou do trator?

Augusto Strini Paixão: - Nossa Senhora se gostei. Ele é
muito bom, mas ...

Pedro Guidi: - Então monta nele e vai trabalhar!

Augusto Strini Paixão: - Mas ...

Pedro Guidi: - Monta nele e vai plantar amendoim, depois que você colher e ganhar dinheiro você volta.

E a cena termina com o Augusto dirigindo o CBT pelo estradão, de volta para a fazenda, com um grande sorriso estampado no rosto.

Uma sequência rápida em diversos estádios da lavoura culminando numa colheita bastante rica, mostra o sucesso da safra e, em seguida, o Augusto chegando novamente na fazenda o Seu Pedro Guidi para acertar o valor do trator:

Augusto Strini Paixão: - Bom dia seu Pedro!

Pedro Guidi: - Bom dia, e como foi a safra do amendoim?

Augusto Strini Paixão: - Muito boa, graças a Deus! Tanto que vim acertar o valor do trator.

Pedro Guidi: - Certo. Pode me deixar 10 mil (valor hipotético).

Augusto Strini Paixão: - Não está certo seu Pedro, ele usado vale pelo menos duas vezes mais, e quando peguei estava novo.

Pedro Guidi: - Pra mim dez mil está bom, fico feliz que ele ajudou vocês a ter uma primeira safra de sucesso.

Abençoados pela ajuda dos amigos produtores e com muita vontade de trabalhar, a lavoura do trio cresceu bastante a cada safra formando uma sólida sociedade que produziu amendoim ao longo de várias décadas.

O início na Copercana

Formado pela UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), campus Bandeirantes-PR, em 1981, Augusto estagiava na montagem de viveiro de cana para a Usina Cidade Gaúcha, localizada no município de mesmo nome (próxima de Cianorte), hoje pertencente ao Grupo Santa Terezinha, quando ele recebeu o convite da Copercana.

“Eu estava em Sertãozinho e recebi o convite do Seu Toninho (Antonio Eduardo Tonielo) para falar com ele a respeito de uma vaga para agrônomo que a Copercana ia abrir, fiquei animado e fui o quanto antes. Lá fiquei sabendo que a cooperativa precisava de um engenheiro para fazer os projetos exigidos na liberação de recursos subsidiados aos cooperados na compra de insumos, na época o Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred tinham dois agrônomos, o Manoel Ortolan (in memoriam), registrado pela associação e o Antônio Verri (in memoriam), vinculado a Cocred, além disso, lembro-me que ele me falou que ao estar na Copercana eu passaria a conhecer muitas pessoas, o que seria importante para o meu futuro”, mal sabiam os dois o brilhante futuro que reservava essa dupla e que se iniciava no exato momento em que os dois se deram as mãos selando o aceite da proposta.

Mediante isso, ele entrou para a história da cooperativa como o primeiro engenheiro-agrônomo do seu quadro de funcionários. Fora os projetos, também fazia assistência técnica nas propriedades dos cooperados e, na época, a diretoria atendeu um projeto do Manoel Ortolan de descentralizar esse serviço para as outras microrregiões abrangidas pelas duas cooperativas e a associação.

“Quando entrou em prática a descentralização da assistência, eu fui escalado para a região de Serrana, onde na época acontecia uma grande expansão de cana e a Copercana já tinha uma loja instalada. No começo foi muito complicado, pois o pessoal era muito fechado e havia muitos produtores pequenos, com muito trabalho, vivíamos no campo fazendo de tudo, medíamos terra, fazíamos curva de nível, regulávamos implementos e com isso fomos ganhando a confiança do pessoal”, explicou Augusto que também contou como foi sua sucessão na filial:

“Com a implementação do pagamento de cana mediante o teor de sacarose, a Canaoeste fez uma grande expansão no seu corpo de técnicos e agrônomos que no primeiro momento faziam a fiscalização nas usinas, na minha região eram a Amália, Martinópolis e Pedra, mas depois, especialmente na entressafra, passaram a fazer assistência técnica”.

Com o mercado aberto e profissionais capacitados para o desenvolvimento, em 1986, Augusto voltou para Sertãozinho para ocupar o mesmo prédio que está até hoje, na sede da Unidade de Grãos.

A Uname

Para quem conhece um pouco da Copercana sabe que a atuação do Augusto no desenvolvimento da antiga Uname (Unidade de Grãos) foi fundamental. Até porque, voltando naquele comparativo entre a sua carreira e o desenvolvimento do agro nacional, quando assumiu a unidade ele revelou duas virtudes profissionais que até então não haviam brotado em sua carreira.

A primeira é uma visão de continuidade no sentido de trabalhar com mais elos dentro da cadeia, como maior exemplo o caso do amendoim, que no começo a Copercana apenas recebia e com o tempo foi absorvendo novas etapas e hoje abrange desde a semente até a comercialização do produto blancheado para os mais exigentes mercados internacionais.

Se comparar com a história da agropecuária, seria no processo de industrialização da produção, agregando valor e implementando os conceitos relacionados à ideia de cadeias setoriais.

Seu segundo dom desabrochado no trevo de Dumont foi a capacidade de trazer outros mercados como forma da cooperativa se proteger, por não depender da conjuntura comercial de apenas um produto, mas também dar condições para os cooperados negociarem um cardápio maior de produtos e serem beneficiados com uma gama maior de serviços.

Para entender melhor, basta dar uma volta pelas quatro Unidades de Grãos da Copercana e ver o amplo universo de atividades que são desenvolvidas e que não param no tempo, tendo no Laboratório de Solo e no fornecimento de corretivos dois grandes exemplos, pois ambos nasceram nos primórdios da cooperativa e são parte do portfólio de serviços relacionados à Agricultura de Precisão, agregando tecnologias que fazem muita diferença para a lavoura.

“Depois de um tempo que eu passei a administrar a Uname, percebi que tinha um amor tão grande como tenho pelo campo com a indústria e então passei a sonhar em poder vender amendoim para todo o mundo. No dia que eu vi o primeiro contêiner sair lá do barracão da Washington Luiz, foi um sentimento de realização que trago comigo até hoje”.

Espelho

É característica do ser humano ser constantemente influenciado, a formação de seu caráter, de sua personalidade, de suas atitudes, está muito relacionada com quem se convive e sobretudo com aqueles que marcam a vida.

Pessoas de boa índole, cercadas de uma boa família e com a inteligência e sorte de saber em quem se aproximar têm grandes chances de conseguir chegar ao final da vida com um sentimento de sucesso, que muitas vezes nem está ligado ao financeiro, mas ao fato de ter cumprido a sua missão de maneira leve, feliz, como deveria ser, como chegar ao final de uma corrida numa montanha tendo desfrutado de cada passo dado em contato com a natureza.

Em sua carreira, Augusto teve a sorte e a inteligência de se aproximar de um grande líder que contribuiu muito para ele ser o que é hoje: “Seu Toninho sempre foi um paizão meu, ele sabe de tudo da minha vida, tudo que vou fazer eu pergunto para ele, até os meus negócios particulares. Dele com certeza eu aprendi como se faz negócios baseados na credibilidade e também pelo fato dele ser uma pessoa que sabe te valorizar, de estimular a sua capacidade de realização, tanto que nesses mais de trinta anos, eu nunca perguntei para ele se deveria comprar um ou um milhão de sacos de soja, milho ou amendoim, mas como eu consegui aprender, através da convivência, como ele enxerga as coisas, sempre tive segurança para as minhas tomadas de decisões”.

E da mesma forma que ele se espelhou no atual presidente do Conselho da Administração da Copercana, ele trabalhou para formar os profissionais que foi encontrando pelo caminho que tivessem a capacidade de se espelhar nele.

O que explica a formação de um time, seja no amendoim, soja, indústria, agricultura de precisão, calcário, entre outros negócios, tão qualificado e em sua grande maioria formado no “Terrão” (uma homenagem ao coração alvinegro de nosso personagem) da Uname: “Eu li uma vez num livro do Abílio Diniz que o segredo do sucesso eram seus colaboradores, e na minha experiência eu não tenho dúvida que é exatamente isso. Pois se trata de uma característica do DNA da Copercana, de entender as pessoas que se identificam com ela e dar o tempo necessário para elas se desenvolverem.

Acho que estamos certos, pois hoje completamos 60 anos num forte ritmo de crescimento, com a saúde financeira em dia e com o quadro de diretores, superintendentes, grande maioria dos gerentes e colaboradores de áreas estratégicas ocupados por pessoas moldadas aqui dentro”.

Últimas recordações

Ainda perante os reflexos que definem quem somos, com certeza os familiares são os mais fortes, como fica nítido através deu seu relato.

“Meu pai era uma pessoa muito correta, direita, tanto que quando eu fui conversar com o Seu Toninho também fiquei sabendo que havia uma vaga numa usina da região, então quando eu retornei da Copercana ele me perguntou como havia sido e eu disse que tudo tinha ido muito bem, mas que estava pensando no dia seguinte ir até a usina ver qual era a proposta deles, ele só me olhou e disse: - Amanhã cedo você vai falar com o Seu Toninho e diga que quer trabalhar na Copercana.

Perante esse jeito, nós passamos a entender e amávamos ele assim, depois que faleceu, uma vez minha mãe me deu uma pasta de coisas que ele guardava, quando abri, lá tinha de tudo, e ao vasculhar acabei encontrando a primeira carta de recomendação que o Seu Toninho me deu para apresentar aos produtores de Serrana e o recorte de um jornal da Copercana falando de uma palestra que havia feito lá em Lavras-MG.

Isso me deixou bastante emocionado, pois eu descobri um orgulho que ele tinha de nós, que não sei porque ficou sempre contido”.

Essas marcantes experiências são fundamentais para a superação dos desafios que a vida nos traz, em determinado momento da vida, Augusto acabou desenvolvendo certa fobia a alguns lugares, e o hospital era um deles. Contudo, antes de falecer, sua mãe ficou dois meses na UTI e nem ele e nem o irmão tinham coragem de visitá-la.

Nessa época, ele fazia análise e seu psicólogo insistia para ele tomar coragem e ir ver a mãe enquanto havia tempo.

Certo dia ele teve um estalo e decidiu ir para Ribeirão Preto, onde ela estava internada. Como ele sabia que se chegasse na recepção para andar todos os corredores até a UTI sua fobia poderia despertar, então armou um esquema para entrar por uma porta que o lavaria direto ao leito da mãe.

Quando estacionou o carro, ouviu uma voz lhe chamar, a hora que ele olha vê o irmão, que também sem falar nada para ninguém, havia vencido o medo, e a coincidência foi tão grande que os mesmos pensaram em entrar pela mesma porta. Juntos eles entraram no hospital e a primeira pessoa com que cruzaram foi com o médico intensivista, que concluiu que aqueles dois eram os filhos medrosos da Dona Ignes.

Ele os acompanhou até o local onde estava a mãe e os dois puderam escutar o último pedido da mãe, que faleceu no dia seguinte.

Família

O relacionamento próximo com o pai, a mãe e a avó, que ultrapassou os noventa anos, moldou a personalidade do Augusto como pai. Sempre ao lado de sua esposa e única namorada de toda vida, Lydia Maria Segatto Paixão, carinhosamente chamada de Lidinha, eles construíram uma família com três filhos e, até o fechamento dessa edição, cinco netos.

Tidos e ditos a todos como maiores orgulhos de sua vida, ele relata com brilho nos olhos a satisfação pelo bom encaminhamento profissional de cada um.

“A Nádia começou a trabalhar nova lá na CAP e hoje eu me orgulho muito do trabalho que ela desenvolveu, tanto que se é passado para ela que vão chegar dois milhões de sacas, ela consegue projetar através de cálculos, numa planilha desenvolvida por ela, do que vai sair da indústria por faixa de qualidade e propostas para as maneiras de negociação mais indicadas.

Quando a Carla se formou, ela foi para a nossa operação em Minas e fez uma verdadeira revolução no sentido de calibragem de implementos e uso adequado dos insumos.

Aumentou a produtividade da fazenda! Depois ela decidiu seguir carreira acadêmica até finalizar o doutorado e hoje é coordenadora do curso de agronomia da Facens (Sorocaba-SP) mas que na hora da aula prática sobe no trator e mostra como tem que ser feito o trabalho.

O Augusto desde pequeno mostrava que havia nascido para trabalhar no campo, quando conversamos, eu percebia sua vocação para a agronomia, tanto que me orgulho muito do trabalho que ele vem desenvolvendo como RTV da Copercana na região de Morro Agudo”. Assim, como na cooperativa, fica nítida mais uma vez sua capacidade de formar sucessores.

Augusto fora da roça

Se a pergunta fosse saber como é o Augusto fora da Copercana, com certeza mais da metade da resposta seria sobre a fazenda que a família tem em Minas, senão das atividades profissionais, das coisas que se dá para fazer no campo, sem falar da sede da Santa Rosa que ele preserva até hoje. Assim mudamos a questão para saber o que o Augusto faz fora da Copercana e da roça.

E ele deu a seguinte resposta: “uma coisa extra que não consigo explicar é o meu amor pelo Corinthians. Ele vem desde a infância, porque o meu pai era corintiano doente e eu sou do tempo que tinha aqueles rádios grandes, que ficavam em cima da cômoda, e nessa época o Corinthians estava começando o jejum de 23 anos sem ganhar nada.

Para ajudar, eu tinha um tio e uma tia por parte de mãe que eram palmeirenses, era um sofrimento enorme, nós íamos ouvir um jogo e a voz sumia de repente, então meu pai encostava o ouvido próximo da saída de som para tentar descobrir se havia sido gol ou não. Foi muito sofrimento desde criança, até que em 77 ganhamos o paulista e de lá para cá foi só felicidade. Aquele sofrimento todo valeu muito a pena”.

A cena final

Depois de toda essa história, que tranquilamente renderia um daqueles filmes com mais de duas horas que você nem percebe o tempo passar, deixamos nas próprias palavras do Augusto explicar a última cena.

“Na cerimônia de abertura da nossa última feira (Agronegócios Copercana), passou um filme na minha cabeça. Eu fui contratado para fazer os projetos de defensivos e não tínhamos nem computador, era máquina de escrever, então eu escrevia num papel e o datilógrafo era o dr. Clóvis Vanzella, cada projeto dava em torno de umas 10 a 15 folhas de papel. Como comparação qualquer produto que hoje compramos 300 mil litros com frequência, quando comprávamos 20 mil era uma negociação muito rara e tomávamos todos os cuidados. Então, quando subi no palco e vi aquela feira de cima, com todos aqueles estandes, daquelas marcas fortes, eu pensei:

- Meu Deus! Como cresceu e faz 42 anos que estou aqui fazendo parte de tudo isso”. E surge na tela uma legenda com a seguinte frase: Depois dessa história, você nunca mais esquecerá o real significado do termo: “Orgulho de Pertencimento”!

Reportagens: Carla Rossini, Eddie Nascimento e Marino Guerra - Revista Canavieiros.