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03 de Janeiro de 2023

Confira a homenagem a Carlos Abel Madeira, RTV Copercana

Confira a homenagem a Carlos Abel Madeira, RTV Copercana

Cada vez que Ayrton Senna, ídolo da Fórmula 1, cruzava a linha de chegada em primeiro lugar, ele sempre agradecia as pessoas, desde os membros do time, mas também as que de alguma forma contribuíram para que conseguisse chegar ao lugar mais alto do pódio. Saber reconhecer que a virtude para o sucesso está nos outros e que você apenas soube canalizar essa energia, além de gerar a verdadeira gratidão, também demonstra um elevado grau de sabedoria na busca daquilo que hoje é mais sagrado, a felicidade de saber quem é.
Assim é o hoje RTV da região de Pitangueiras, Carlos Abel Madeira, que simplesmente é feliz na função que exerce, primeiro na Canaoeste e depois na Copercana, há 39 anos. “Eu sempre gostei disso tudo, a melhor sensação do mundo é quando descobrimos que não é apenas o dinheiro que te faz ir trabalhar. Eu gosto de atender, de ajudar os produtores, de buscar as melhores soluções junto com a Copercana e os parceiros. Enfim, de saber que eles podem contar comigo pois no mínimo vou me esforçar para contribuir na solução de um problema”, disse Madeira.

Início

Caçula de uma família com oito filhos, o meio rural sempre fez parte do cotidiano de sua vida, isso porque além de ter passado a infância em Botafogo, distrito de Bebedouro-SP, seu pai era administrador de fazenda.
Quando terminou a oitava série decidiu partir para um curso técnico em contabilidade, porém não durou dois anos, foi quando um amigo lhe convidou a cursar o colégio técnico agrícola de Jaboticabal: “Cada matéria que estudei ao longo dos três anos me mostrou que eu havia nascido para trabalhar com agricultura, além disso, nas férias, nessa época minha família morava num sítio localizado a um quilômetro de Botafogo, eu acompanhava meu pai em alguns serviços, como alinhamento ou plantio de citrus, e ficava fascinado por tudo aquilo”.
Com dias de formado, já estagiando, ele ficou sabendo através de um colega, que a Canaoeste estava contratando profissionais para fazer a fiscalização de sacarose nas usinas, pois havia iniciado o sistema de pagamento da cana por teor de sacarose.
Coincidência do destino ou não, sua entrevista com o líder do corpo técnico da época, Manoel Ortolan (in memorian), aconteceu no dia 12 de junho (dia dos namorados) de 1983, e o início de seu casamento profissional – digo jornada - se deu em 14 de junho perdurando até hoje.
Seu primeiro vínculo foi com a Canaoeste onde exercia a função de fiscal ao longo da safra e, ao seu término, prestava assistência técnica aos fornecedores da região de Pitangueiras: “Aqui trabalhávamos eu e o Edinho (Edson Fernandes Junior, agrônomo da Canaoeste). Como ele era daqui e conhecia muita gente, começamos a bater porteira e ofertar nossos serviços os quais os produtores tinham direito, pois a taxa era recolhida pelas usinas, antes do pagamento pela cana”.
Ele conta que faziam todos os tipos de assistência em cana, amendoim, regulagem de implementos, pre-análise de maturação através do cálculo do brix do pé e ponta, manejos de plantio, uso de defensivos, entre outros. “Nosso conhecimento sempre se expandia, pois tanto o Manoel Ortolan como o Antônio Verri (in memoriam) investiam demais na nossa capacitação, pois eles acreditavam que iam montar um time técnico forte, como temos hoje tanto na Copercana como na Canaoeste”.

 

Desenvolvimento

Com o passar dos anos os produtores, vendo a seriedade do trabalho, passaram a confiar na dupla e então foi inevitável que o vínculo de amizade aparecesse: “Tenho cooperado que foi padrinho do meu casamento, fui no casamento de vários deles, vi produtores que começaram a atender num acanhado sítio e hoje trabalham em áreas respeitáveis, tem um caso que o pai queria que o filho fosse estudar, mas ele gostava da roça, e eu ajudei a convencer o pai e hoje ele é um importante agricultor”. “Muitos do pessoal que eu atendo me dão a liberdade de chegar na casa deles, e se estiverem almoçando, comer junto. Isso significa afinidade, que é o resultado de sempre fazer o melhor por eles, com a sinceridade de deixar claro que é impossível agradar todo mundo o tempo todo”. E conforme o crescimento acontecia nas três pontas (campo, profissional e corporativo) a comercialização dos
insumos foi uma oportunidade que surgiu para consagrar o trabalho de desbravamento: “Uma vez o Manoel Ortolan pediu para eu ter paciência que as coisas iam se encaixar, pouco tempo depois surgiu a oportunidade de vendermos os insumos e então minha remuneração passou a ser conforme o meu esforço”, foi então o início do RTV Carlos Abel Madeira.

 

Referências

Além dos líderes do começo (Ortolan e Verri), ele também ressalta a grande capacidade de gestão do atual presidente do Conselho de Administração, Antonio Eduardo Tonielo: “Nunca vi a Copercana atrasar um dia o pagamento, além de conhecer o que a cooperativa era lá no começo e no que se transformou hoje” e também o superintendente comercial, Frederico Dalmaso: “Ele é mais que um chefe, o vejo como um parceiro, que sabe cobrar, mas nos oferece o que há de melhor em termos de treinamentos, estrutura e motivação para respondermos da melhor maneira possível”.
O time do Departamento de Insumos também foi destacado como uma reunião de profissionais que sabem trabalhar em equipe: “Tanto o pessoal mais velho de casa, como os que estão chegando agora, entendem que temos que trabalhar unidos, com o intuito de um ajudar o outro”.
Tampouco se esquece dos que foram seus parceiros ao longo de sua trajetória, e para citar alguns, o Edinho (agrônomo) e os membros da atual diretoria da Copercana: Francisco Urenha, Giovanni Rossanez, Augusto Strini Paixão e Marcio Meloni. Madeira ressalta os amigos que construiu desde que chegou na filial em especial o Milton Toniello (in memorian), ex-gerente da Loja de Ferragens de Pitangueiras, ao qual além da saudade de um dos melhores amigos que fez na vida, agradece também a toda família pelo apoio que sempre deram, principalmente no início da carreira. E finaliza sua extensa lista lembrando dos representantes das empresas de insumos, aos quais ele faz questão de ter um relacionamento aberto, como também com todos os profissionais da Copercana: “Desde as faxineiras, até os chefes, eu trato todos iguais, pois é preciso enxergar a cooperativa como um conjunto e não apenas um departamento”. “Eu fui abençoado, pois desde a minha família, minhas amizades e colegas de trabalho escolhi só pessoas de bem, de caráter, para me relacionar e aprender com suas qualidades e me tornar o que sou hoje, uma pessoa realizada e feliz”.

 

Futuro

“Eu acho que não me falta nada, eu tenho uma família maravilhosa, tenho muitos amigos, uma reserva financeira que dá para tocar as coisas que gosto de fazer e um trabalho que eu gosto demais da conta. Então, a única coisa que eu peço a Deus é saúde”. Quer exemplo melhor de felicidade aos 60 anos? “É preciso encontrar o equilíbrio em conseguir uma renda para pagar as contas, fazer as coisas que gosta e sobretudo trabalhar naquilo que ama, pois a vida não para e às vezes ao buscar mais do que precisa não vai trazer momentos importantes perdidos de volta e muito menos garantir uma vida feliz”.
Porém, Madeira demonstra uma grande preocupação em ajudar quem precisa. Hoje ele faz parte de uma comissão em Pitangueiras ligada ao Hospital de Amor, que organiza eventos para arrecadar fundos e também trabalha pelos próximos como o caso de uma rifa que ajudou a organizar, que vai custear uma cirurgia na perna e todo o tratamento, inclusive medicação de uma prestadora de serviço que teve que ser afastada de suas atividades. “Eu sempre tento saber como está a vida das pessoas que convivem ao meu redor, isso é meu, me preocupo se estão passando por algum problema mais sério e sempre quando possível faço de tudo para ajudar”.

Recomendações para os RTVs que virão

“Na formatura do meu filho disse a ele uma frase que o Manoel Ortolan me falou uma vez: - Para as pessoas boas, honestas, que gostam de trabalhar e da sua profissão, nunca faltará serviço, alguém sempre estará de olho nelas”.
Com essa frase, Madeira recomenda para as novas gerações que não esqueçam de valores fundamentais para qualquer ser humano em qualquer época: “nunca passe a perna em ninguém, procure ser bom para todo mundo, se existe um colega melhor que você, ao invés de tentar trapacear, dedique o seu tempo para aprender com ele”.

Outros dois valores destacados por ele são a dedicação, “nunca rejeite um serviço, faça sempre o seu melhor, não importa quanto ganhe, esteja certo que um dia seu valor será reconhecido” e a confiança, “tenho um relacionamento muito bom com o Marcelo de Felício (ex-agrônomo da Canaoeste e cooperado da Copercana), isso porque ele trabalhou comigo por dezesseis anos e todos os anos ele me manda um cartão de Natal, sempre com belas mensagens, mas uma me marcou em especial, pois ele agradecia aos ensinamentos que passei sobre como ser correto nas pequenas coisas do dia-a-dia, trabalhando de maneira direita e com transparência”.

Mensagem para todos aqueles que formaram o Carlos Abel Madeira

“Para todas as pessoas que passaram pela minha vida, desde quando fui para Jaboticabal estudar até hoje na Copercana, inclusive aqueles que já se foram, eu faço uma oração pela manhã e outra antes de dormir pedindo de coração que Deus lhes proteja. Essa é mais que uma forma de agradecimento, é o jeito que tenho de manter o ensinamento de cada um vivo na minha mente e coração e assim continuar com esse jeito tão característico do meu lugar”.